Entrevista concedida por António Conceição ao Jornal de Noticias
Aos 46 anos, António Conceição realiza a primeira temporada à frente dos destinos do Trofense, equipa que lidera a classificação da Liga de Honra. Com uma promoção ao escalão principal no currículo, ao serviço do Estrela da Amadora, o técnico não tem pressa de levar a formação da Trofa ao convívio dos grandes o objectivo é esse, mas inserido num projecto de três temporadas. OTrofense brilha na Liga de Honra. Naquele que é, apenas, o segundo ano do clube nos campeonatos profissionais, a equipa comandada por António Conceição partilha a liderança do campeonato com o Rio Ave, mas a subida de divisão não é um objectivo imediato na Trofa. O desejo de defrontar os grandes existe, mas o técnico defende um crescimento sustentado.
JNQual é o sentimento de chegar a 2008 no primeiro lugar da Liga de Honra?
António ConceiçãoEstamos no bom caminho e trata-se de um prémio para o trabalho que jogadores, técnicos e, principalmente, a Direcção têm vindo a desenvolver. Quando assim é, os frutos aparecem a equipa está a crescer, a evoluir e temos a consciência da responsabilidade e, sobretudo, das dificuldades que temos pela frente. Este primeiro posto é, sobretudo, uma grande motivação para a segunda volta.
Está surpreendido pelo desempenho da equipa?
Atendendo a que este campeonato continua muito equilibrado, tudo pode acontecer. As equipas são muito equivalentes e, por acaso, é o Trofense que, perto do final da primeira volta, está no topo, mas está tudo muito próximo. O sétimo classificado está a apenas cinco pontos do primeiro e as posições alteram-se muito rapidamente.
A subida de divisão já é um objectivo?
Não, não é. Uma das razões prende-se exactamente com o tal equilíbrio entre as equipas e, depois, porque o Trofense é, daquele lote de sete, oito equipas que lutam pelos lugares cimeiros, a mais jovem. Este é, apenas, o nosso segundo ano nos campeonatos profissionais e, além disso, passámos por uma reestruturação muito grande entraram muitos jogadores, que estavam adaptados ao futebol da primeira Liga, um futebol mais pensado, menos musculado.
Mas quem está na frente ambiciona sempre ao sucesso...
A subida é um objectivo inserido num projecto de dois, três anos. A Direcção comprometeu-se a isso, o que significa que o clube quer crescer de forma sustentada, algo que, para nós, é muito positivo. É óbvio que todos temos a ambição de subir e, se me perguntarem isso, vou dizer que sim, mas também tenho a noção da realidade. É demasiado precipitado para um clube jovem como o nosso estar a assumir uma candidatura à subida. Para sermos candidatos, necessitamos de mais alguma coisa temos um rigor orçamental, mas acredito que a Direcção vai fazer um esforço para reforçar a equipa, de forma a melhorar a eficácia que, neste momento, não temos - não é segredo que procuramos um avançado.
Quem são os principais candidatos à subida?
Essa é uma pergunta difícil. Num campeonato com nove, dez equipas muito equilibradas, é injusto apontar o nome de duas. Se atendermos ao passado, então temos de falar no Rio Ave, Beira-Mar, Varzim e Gil Vicente, que andaram muitos anos no campeonato principal.
O que espera de 2008 em termos desportivos?
Espero que a minha equipa dê ânimo, através de resultados, à Direcção, que tem sido inexcedível em termos de apoio. Além disso, que o clube orgulhe as gentes da Trofa, que tanto apoio nos têm dado durante os jogos. Queremos jogar bem, ganhar jogos e atrair mais pessoas ao estádio, porque é desolador ver bancadas com pouca gente.
A redução para 16 clubes nos campeonatos profissionais trouxe benefícios ao futebol português?
Considero que essa opção não trouxe nada de bom para o nosso futebol. Respeito a opinião das outras pessoas, mas a redução criou mais desemprego na classe - nas duas ligas profissionais, são menos 100 jogadores e menos treinadores. Além disso, com menos jogos para disputar, os clubes perderam a capacidade de gerar receitas importantes e gostaria que os campeonatos voltassem a ter 18 equipas
Fonte:
http://jn.sapo.pt/2008/01/02/desporto/subir_e_objectivo_e_ambicao.html
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