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Moreirense x Trofense | Opinião de Emanuel Costa
Em
primeiro lugar centremo-nos no contexto: o primeiro classificado, o melhor
ataque da competição, um dos maiores orçamentos, recebeu o último classificado,
um dos menores orçamentos. O CD Trofense cumpriu o seu oitavo jogo na condição
de visitante. Nas últimas sete viagens só conheceu um resultado: a derrota.
Quanto ao Moreirense, em onze jogos em casa só havia perdido por duas vezes. Missão
difícil, mas não impossível. Mesmo sendo duas equipas com estados anímicos
totalmente antagónicos.
Porfírio
Amorim mostrou satisfação com a última exibição e repetiu o onze que empatou
com o Santa Clara. E o pontapé de saída trouxe o expectável. Mais Moreirense
que em dia de festa pretendia presentear os seus adeptos com a soma de mais três
pontos. Logo a abrir uma dupla que atormentou Matheus ao longo dos primeiros
45' (Paulinho e Edgar Costa) criou uma situação de cruzamento para o segundo
poste que só não resultou em finalização bem sucedida devido a uma defesa
apertada de Conrado. O Trofense repetiu a estratégia dos outros jogos fora. Uma
postura de expectativa, pouco pressionante no meio campo ofensivo, com um bloco
medio/baixo, que permitia ao Moreirense ter controlo da posse de bola e criar situações
de ataque sucessivos, procurando sair, a espaços, em contra ataques rápidos lançados
por Hélder Sousa.
Na primeira parte o guarda redes do CD Trofense esteve em
grande nível, sendo batido unicamente num livre indireto a entrada da área
superiormente executado pelo atleta da equipa da casa. Ao contrário da dinâmica
que consegue ter no seu estádio, o Trofense quando joga na condição de
visitante e uma equipa reativa. Ou seja, só após o golo do adversário (que,
inevitavelmente, tem surgido) e que sobe as linhas, procura jogar de forma mais
apoiada e consegue criar mais situações de ataque. Foi assim nas Aves, foi
assim em Matosinhos... Apesar do golo da equipa da casa ter provocado a tal reação
do Trofense, a verdade é que o guarda redes Carlos continuou sem trabalho até
ao intervalo. Os remates ora saiam ao lado, ora esbarravam no corpo dos
defensores da turma vimaranense.
Para além de Conrado, deve ser realçado o bom nível
exibicional da dupla Luiz Alberto/Dennis. Principalmente o espanhol, que revela
uma maturidade apreciável para quem só agora chegou ao futebol profissional em
Portugal. Os laterais tiveram dificuldades em suster o bom jogo exterior do
Moreirense, sobretudo devido a falta de auxílio por parte dos alas Equatorianos.
Quando Paulinho ou Florent davam profundidade, a equipa da casa, por norma,
conseguia situações de cruzamento. A Matheus valeu (em certas ocasiões) a dobra
de Dennis. No meio campo Tiago não e omnipresente e isso reduz
consideravelmente a probabilidade em recuperar a posse de bola. O duplo pivot
Tiago/Hélder Sousa permite ter mais qualidade no momento de transição ofensiva,
mas perde agressividade no momento defensivo. A pouca disponibilidade de Maicon
para o apoio ao coletivo no momento em que a equipa esta sem bola também não
ajuda. O pivot defensivo do Moreirense teve sempre liberdade para receber,
olhar, rodar, conduzir e passar (com qualidade). Na frente, os alas e o ponta
tem qualidade, mas ainda se encontram num processo de adaptação e aprendizagem
que exigia uma gestão competitiva mais criteriosa. No entanto, olhando as
restantes opções disponíveis, percebe-se a aposta.
Para
a segunda parte, o Moreirense recuou e o Trofense aproveitou para ter mais
posse e ganhar algum ascendente. Lances de bola parada consecutivos fizeram o líder
tremer e o empate chegou a ser claramente possível. O Moreirense espreitava saídas
para o contra ataque, mas sem conseguir a qualidade evidenciada no primeiro
tempo. Mateus Fonseca foi lançado para o lugar de Viafara (joga bem de costas
para a baliza, e possante, lutador, tem potencial... Mas não tem golo) e procurando
receber entre linhas foi organizando o ataque. Vítor Oliveira respondeu com
Wagner e o nosso bem conhecido André Carvalhas. Este último teve um lance de génio,
bem a sua imagem, conseguindo furar a passiva equipa do Trofense, oferecendo o
golo ao primeiro. Uma expulsão de Maicon logo de seguida trouxe instabilidade
emocional que teve consequências na grande penalidade clara concretizada por
Pires e na saída muito precipitada de Conrado que proporcionou o quarto golo.
Felizmente o jogo acabou logo depois e o resultado fixou-se no 4-0 final.
4
jogos, 0 vitorias, 0 golos marcados. E este o saldo do novo timoneiro. Continua
a haver muito trabalho pela frente para recuperar na tabela classificativa. E
preciso reduzir os níveis de ansiedade e aumentar a confiança? Claro! Mas não
podemos centrar a atenção no problema. Para isso bastava a contratação de um psicólogo.
E preciso, sim, focar na solução. E a solução e somar pontos, e somar a
primeira vitoria... Como? Marcando golos. E esse e o principal problema da
nossa equipa.
Resta aguardar para perceber se existirão diferenças
já na receção ao Tondela.
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