sexta-feira, novembro 02, 2012

Entrevista ao Presidente Dr. Paulo Melro





O Presidente da Direção do Clube Desportivo Trofense, Dr. Paulo Melro, concedeu uma entrevista exclusiva ao site do Clube, onde fez o balanço dos primeiros 30 dias do seu mandato.

1) Senhor Presidente, que balanço faz nestes primeiros 30 dias à frente dos destinos do Clube?

- Começo por dizer que é uma honra para mim liderar os destinos deste Clube. Encabecei este projeto consciente das dificuldades, mas esperançoso em garantir a estabilidade e sustentabilidade do Clube. Quanto ao balanço, no cômputo geral, é positivo, mas temos de fazer a análise a vários níveis, temos de ter a consciência que a nossa missão é de elevado grau de dificuldade e que em 30 dias nada se resolve. A minha equipa tem reunido, temos analisado cuidadosamente os problemas e estamos a traçar planos estratégicos de intervenção. Os sócios podem ter a certeza que vamos reunir forças para protegermos o Clube.

2) Como encontrou o Clube e o Universo Trofense?

- Começo por dizer que a transição da Comissão Administrativa para a Direção atual foi totalmente pacífica. Como acima de tudo, somos todos bons Trofenses os assuntos foram tratados com elegância e houve uma excelente cooperação. O Clube estava organizado e foi fácil ter acesso às informações. Relativamente ao Universo Trofense confesso que temos encontrado total recetividade para serem parte integrante do nosso projeto. O momento que o Clube atravessa é de extrema dificuldade e são nestes momentos que precisamos de todo o apoio.

3) Depois de ter passado no Clube como Vice-Presidente e Diretor Financeiro, como se sente na pele de Presidente?

- Apesar do enorme orgulho que sinto, estou mais preocupado com a missão do que a própria função. Serei um presidente de trabalho, procurarei aplicar políticas de gestão de proximidade e serei o primeiro a dar o corpo às balas. Como já referi a missão do Clube vai muito mais além do que assegurar a manutenção da equipa de futebol profissional na 2ª Liga. Temos de conseguir aprovar o PER de forma a ser viável o pagamento aos credores e temos de conseguir receitas extraordinárias que ajudem a cobrir os orçamentos. Já definimos o rumo, agora é preciso remar com todas as forças para levarmos o barco a bom porto.

4) Anunciou que uma das prioridades do seu mandato seria estabilizar as finanças do Clube através do Plano Especial de Revitalização (PER). Como está esse processo?

- Desde o início da publicação do processo iniciou-se uma fase de reconhecimento dos créditos e de convite à negociação, enviado a todos os credores. Hoje foi publicada no portal Citius a Listagem Provisória de Créditos, dando início a mais uma fase deste processo. Esta lista provisória pode ser impugnada no prazo de cinco dias, findo este prazo a lista torna-se definitiva e daremos início às negociações. Já elaboramos conjuntamente com o Administrador Provisório um plano de recuperação que será apresentado aos credores no decorrer das referidas negociações. Esperamos contar com o apoio de um largo número de credores de forma a viabilizarmos a continuidade do clube.

5) Ao nível do futebol profissional, a sua Direção ainda não saboreou uma vitória. Como analisa a sequência de 4 derrotas nos últimos 4 jogos?

- É um tema demasiado delicado para ser analisado no conjunto dos 4 jogos. Temos de perceber e analisar o que aconteceu para a equipa não ganhar nos últimos 4 jogos. Apesar de ser uma coincidência o averbar de derrotas com a nossa entrada, não podemos esquecer que a equipa já não ganha desde a 3ª jornada. Nos últimos jogos, não fomos felizes no Atlético, sofremos um golo nos descontos, fomos condicionados com critérios desiguais na amostragem de cartões nas duas deslocações a Arouca e tivemos uma exibição menos conseguida frente ao Marítimo B, onde mesmo assim o resultado certo era o empate. Temos consciência das nossas limitações e não é fácil lutar contra tantas adversidades. Contudo, estamos, digo estamos porque fazemos todos parte da equipa, focados em preparar a equipa para as vitórias. Os resultados desportivos são fundamentais para manter o Universo Trofense unido e próximo do Clube, mas as pessoas não se podem esquecer em que condições foi formada a nossa equipa. Tem de haver tolerância, espaço e compreensão para o crescimento de uma equipa com muita juventude. O campeonato é muito longo, ainda faltam 30 jornadas, e acredito que outros ventos soprarão para o nosso lado.

6) Com a reabertura do mercado próxima, o Clube pensa em fazer reajustes no plantel?

- É normal equacionarmos correções e ajustamentos no nosso plantel. Estamos em consonância com a estrutura de futebol profissional e equipa técnica e já identificamos as necessidades da equipa. É um processo difícil, pois não podemos adicionar mais compromissos ao nosso orçamento. Temos de estudar todas as alternativas do mercado para encontrarmos soluções que não tragam mais encargos. Recentemente, assinamos uma parceria com a empresa brasileira Kourusport, que vai dar-nos a possibilidade de observar novos jogadores nos nossos treinos. Se agradarem à nossa estrutura podem ser reforços em condições extramente vantajosas para o Clube. Como esta parceria existem outras que ainda estão em fase de estudo. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para fortalecermos o nosso plantel.

7) Com certeza já se deslocou a Paradela para assistir aos jogos das equipas do Departamento de Formação. Gostou do que viu? Considera haver condições para o Clube continuar a ser formador?

- Gosto muito de ver a força e sentir a energia dos nossos jovens. A formação será sempre uma aposta de presente e de futuro desta Direção. O facto do Clube ter, atualmente, 3 equipas nos campeonatos nacionais representa o sucesso de uma forte aposta na formação, mas o trabalho a esse nível não termina aqui. Temos de criar condições para os nossos jovens terem mais capacidades de superação e menos dificuldades nos desafios do primeiro ano de sénior. A qualidade dos nossos jovens é inegável, mas para serem apostas nos primeiros anos de futebol profissional têm que se superar a todos os níveis. Acredito que o valor gerado pelo nosso Departamento de Formação seja visível a curto prazo na equipa de futebol profissional. O Departamento está relativamente autónomo em termos de receitas financeiras, pelo que considero haver condições para o Clube continuar a ser formador e gerador de grandes jogadores e de grandes homens.

8) Como é de conhecimento público, aconteceram um conjunto de alterações no Departamento de Formação ao nível da sua estrutura técnica. Essas alterações visam reforçar a atual estratégia do Clube para a formação?

- O nosso projeto inicial comtemplava um novo Coordenador para Departamento de Formação. A escolha recaiu pelo Prof. Jorge Maia com base no trabalho que estava a ser desenvolvido até Junho de 2011. A nossa estratégia passava numa primeira fase por apresentar o projeto que tínhamos para a formação a toda a estrutura técnica e depois saber a concordância e disponibilidade de cada treinador. Nem todos foram sensíveis às alterações que pretendíamos fazer e alguns abandonaram o projeto. Também é verdade que fomos obrigados a reduzir o número de equipas e consequentemente o número de treinadores. Queremos claramente dar sequência ao trabalho que estava a ser feito anteriormente e que permitiu ao Clube ter hoje 3 equipas nos campeonatos nacionais.

9) A atual conjuntura económica social é desfavorável. O que espera conseguir fazer para atrair sócios, espetadores e patrocinadores?

- Aproveito para anunciar em primeira mão o patrocínio da Trifitrofa que engloba a colocação de publicidade na frente das camisolas. Ao nível da publicidade, estamos a trabalhar a vários níveis e com uma equipa alargada no terreno. Temos produtos para todas as carteiras, mas o que estamos a pedir é ajuda, independentemente de considerarmos que a marca Trofense é um excelente veículo publicitário e comunicacional. Parte do orçamento da presente época tem de ser suportado pelas receitas de publicidade e é com este árduo objetivo que estamos no terreno. Quanto aos sócios, estamos a estudar várias medidas que visam reduzir o custo e que acrescentem valor à condição de associado do Clube. Brevemente, serão anunciadas as medidas que penso que serão do agrado da maioria dos sócios, tendo em conta a conjuntura económica que atravessamos. Ao nível da bilheteira não temos muita margem, pois os custos da organização dos jogos rondam os mil euros. Este custo tem obrigatoriamente de ser suportado pela receita da venda de bilhetes, pelo que reduzimos significativamente o número de convites e conseguimos colocar mais gente a pagar bilhete, nomeadamente os grupos de apoio (claque) e os acompanhantes dos atletas e diretores da formação. Estamos também a trabalhar com o Departamento de Marketing e o Departamento Provedor do Adepto algumas iniciativas como por exemplo: lançamento de uma caderneta de cromos, visitas às escolas e criação do Dia do Sócio. Vamos esgotar todas as possibilidades de gerar mais receitas para o Clube.

10) Por último, que mensagem quer deixar à família Trofense?

- Quero deixar uma mensagem de esperança e confiança. Espero que os sócios entendam as dificuldades em que o Clube está mergulhado, mas que apoiem incondicionalmente quer a equipa de futebol profissional, quer as equipas do Departamento de Formação. Por outro, quero que confiem no esforço que esta Direção está disposta a despender para reerguer o Clube. Por fim, aproveito para agradecer o apoio que algumas instituições e empresas têm dado ao Clube, nomeadamente, a Câmara Municipal e o patrocinador e amigo Trifitrofa. Acredito que numa próxima entrevista vou ter de continuar com os agradecimentos, pois temos tido a recetividade de mais empresas. 

 

fonte: site oficial do CD Trofense


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