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À conversa com Miguel Ângelo
Miguel Ângelo
Ferreira de Castro é um defesa central de 27 anos que passou pelo C.D.Trofense
na temporada 2006/2007 (época de estreia nos campeonatos profissionais) e
também em 2008/2009. Tendo disputado um total de 48 jogos (entre campeonato e
taça da Liga), marcou um golo mas em ambas as épocas, foi dos elementos mais
utilizados.
Tendo efetuado a
formação no Sporting, em sénior rodou pela equipa B antes de ser emprestado
sucessivamente ao Casa Pia, Barreirense, Trofense e Portimonense. Com o fim da
ligação ao clube lisboeta, assinou contrato com o Marítimo onde jogou apenas
meia temporada, terminando a época 2009/10 em Olhão. Na temporada seguinte,
decidiu aventurar-se e, rumou ao futebol Cipriota para representar o APOP, tendo
voltado ao campeonato Português na época que agora findou.
Blog dos Trofenses: Quem é o Miguel
Ângelo?
Miguel
Ângelo: Um rapaz simples, porreiro e amigo do seu amigo.
BDT: Como foi a tua
infância?
MA:
Foi uma infância normal, felizmente não passei por dificuldades que muitos miúdos
da minha idade passam, os meus pais sempre fizeram tudo para que não me
faltasse nada e tenho a agradecer a eles, tudo o que sou hoje devo-os a eles.
BDT: O que gostas de fazer
nos teus tempos livres?
MA:
Sou muito caseiro, gosto de estar no computador a navegar na internet, ver
televisão, ir ao cinema e estar com os amigos.
BDT: Qual/quais os teus
pratos preferidos?
MA:
Bacalhau à Brás.
BDT: Desde pequeno sempre
tiveste o gosto pelo futebol? E quando é que surgiu a vontade de fazer desse
gosto a tua profissão profissional?
MA:
Sim, comecei muito cedo a ter gosto pelo futebol, influenciado pelo meu pai que
também foi jogador e depois treinador. Soube logo que era do futebol que queria
fazer a minha vida porque sempre que podia ia para a rua jogar com os meus amigos,
nos intervalos na escola que eram de 5 minutos organizava logo duas equipas
para jogarmos, basicamente sempre que me era permitido pelos meus pais, estava
sempre em contacto com uma bola.
BDT: Sempre foste defesa
central?
MA:
Não, antes de ir para o Sporting, jogava como medio ofensivo, jogava no escalão
acima do da minha idade e fazia muitos golos, mas quando cheguei ao Sporting o
Mister Osvaldo Silva meteu-me a treinar a defesa central num treino, ele gostou
e a partir dai meteu-me sempre a treinar nessa posição e assim fiquei ate aos
dias de hoje.
BDT: Ao longo da tua carreira
já tiveste a oportunidade de trabalhares com diversos treinadores. Houve algum
que te marcasse mais?
MA:
Osvaldo Silva, Aurélio Pereira, Luís Martins, Vítor Pontes
BDT: Passaste por uma das
melhores academias de formação do mundo como é o caso do Sporting. No entanto,
chegado a sénior, foste sucessivamente emprestado. Sentes alguma mágoa por não
teres tido uma oportunidade de te afirmares no clube?
MA:
Mágoa não sinto, mas, que não tive as oportunidades que muitos outros tiveram
isso é verdade, mas, numa equipa como o Sporting nem todos os que vêm da
formação podem chegar à equipa principal, muito já tem feito o Sporting neste
aspeto em comparação com as restantes equipas do nosso campeonato.
BDT: Como vês o regresso
das equipas B, agora num contexto mais exigente para os jogadores das mesmas,
em virtude de se inserirem nos campeonatos profissionais (ao invés do passado
em que estavam na antiga 2ª divisão B)?
MA:
Certamente é uma grande mais-valia para os jovens de agora poderem aspirar a
integração na equipa principal num futuro próximo, competindo num campeonato
profissional e estando constantemente em análise e em observação pelo técnico
da equipa principal.
BDT: Como é que surgiu a
oportunidade de ingressares no Clube Desportivo Trofense?
MA:
Eu ingressei no Trofense quando este tinha acabado de subir à segunda liga,
sinceramente conhecia pouco do clube mas recolhi informações muito positivas e
decidi ingressar no clube.
BDT: Qual é o balanço que
fazes dessa época?
MA:
Foi uma época de aprendizagem para mim, não comecei como titular, tive de me
habituar ao futebol mais físico da segunda liga e quando me deram a
oportunidade consegui agarra-la e jogar com muita regularidade.
BDT: Após uma temporada em
Portimão, regressaste ao Trofense. A aposta pessoal neste regresso à Trofa
prendeu-se sobretudo com a possibilidade de atuares no primeiro escalão do
futebol Português?
MA:
Foi um motivo aliciante não vou negar, mas também porque as pessoas gostavam de
mim e quando saí do clube, saí a bem sem problemas com ninguém, se não fosse
assim também não era possível ter voltado no ano a seguir, alias, não é muito
normal isso acontecer.
BDT: Recordas algum
momento em particular desses 2 anos passados na Trofa?
MA:
Recordo nos tempos de 1ª liga, principalmente nos jogos grandes havia muita
gente nas ruas aquando a passagem do nosso autocarro e principalmente junto ao
estádio era um mar de gente, são momentos que recordo com saudade.
BDT: Tendo em conta que
experimentaste duas épocas distintas no Trofense (primeira temporada nos
campeonatos nacionais e única época no principal escalão do futebol nacional)
que comentário fazes do percurso que o Trofense tem tido ao longo dos últimos
anos?
MA:
Fico triste pela situação que o clube está a viver neste momento, nas duas
épocas que la estive não falharam em nada comigo, um clube muito organizado e
cumpridor, uns adeptos apaixonados que fazem tudo para que os jogadores se
sintam bem, digo e continuo a dizer que foi dos clubes que mais gostei de
representar até agora na minha carreira.
BDT: Em 2010/2011
decidiste aventurar-te pelo Chipre. O que te fez levar a emigrares? Qual a tua
perspetiva do futebol Cipriota e da sua cultura?
MA:
Nessa época estava no Marítimo e em janeiro fui emprestado ao Olhanense e fiz
todos os jogos pelo Olhanense como titular, no final da época fiquei
desapontado por o marítimo querer rescindir comigo, e foi aí que decidi ir para
fora experimentar outro campeonato. A minha perspetiva do futebol cipriota é
muito simples, não tem nada a ver com o futebol português, já ouvi muitos
colegas meus que já passaram por la a dizerem que o futebol praticado não fica
nada atrás do português mas eu não sou nada dessa opinião, aqui o ambiente que
se vive antes de um jogo não tem nada a ver com o de lá, tirando os jogos com
as equipas grandes que enchem os estádios, o resto parece que estamos a fazer
um jogo treino. Em relação à cultura dos cipriotas também não me agradou muito,
é à base do deixa andar, amanha resolve-se os problemas e depois não resolvem
nada.
BDT: Sentiste muitas
dificuldades de adaptação? E que balanço fazes dessa experiência?
MA:
Eu adapto-me bem às situações não tive grandes problemas de adaptação mas o
balanço que faço é muito negativo, fiquei com vários meses de salários por
receber, os jogadores não tinham cabeça para jogar com tantos problemas que
tínhamos na equipa, desde ordenados, rendas de casa que não pagavam e por causa
disso tive de mudar de casa duas vezes, constantes mentiras em relação a quando
iam pagar, era sempre amanhã e depois não pagavam. Em suma foi a pior decisão
da minha carreira ter ido para o clube que fui no Chipre.
BDT: Por fim, que mensagem
queres deixar aos sócios e simpatizantes do Trofense?
MA:
Quero agradecer todo o apoio e carinho que sempre me deram quando representei o
Trofense. Foi um grande orgulho ter feito parte dessa família e faço votos que
o Trofense volte a ser o que já foi antes, ou seja, um exemplo para os outros
clubes. Obrigado por tudo!!!
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