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Manuel Wilson em entrevista ao Correio da Trofa
Manuel Wilson é vice-presidente do C.D. Trofense e tem sob a sua alçada o
departamento de formação do clube. Ao Correio da Trofa falou sobre as
dificuldades financeiras que o departamento atravessa, principalmente
devido ao incumprimento por parte da Câmara.
Como está a situação do futebol de formação do Trofense?
Neste momento, atravessamos grandes dificuldades. Se não houver mais
apoios e melhores condições, prevemos que a formação tenha os dias
contados no nosso clube. Não podemos sobreviver com as condições que
temos neste momento. Já há algum tempo que andamos a remediar os
problemas e vai chegar a um ponto onde não vamos ter mais soluções, que é
o que está a acontecer neste momento. Sem o apoio camarário não temos
hipótese de continuar. Desde 2011 que não temos subsídios da Câmara. Até
esse ano, a nível de transportes, era tudo suportado pela Câmara, mas
desde aí que oferecem o transporte mas somos nós que assumimos os custos
com os motoristas. Infelizmente já tivemos uma situação em que os
motoristas tinham vencimentos em atraso e quase ficámos sem transporte.
Todas as semanas andamos a fazer ajustes para tentar resolver situações
pontuais, o que nos dificulta muito a vida. Só é possível continuar
devido à “carolice” de algumas pessoas e de duas ou três empresas a quem
nós recorremos, mas essas portas começam a fechar-se porque assumimos
compromissos baseados nos contratos que tínhamos com a Câmara, e com o
que foi prometido nas reuniões que tivemos, mas nada foi cumprido e nem
há datas sobre quando serão conseguidos esses subsídios.
Quantas pessoas abrange neste momento o departamento de formação do Trofense?
Entre treinadores, jogadores e dirigentes são cerca de 300 famílias que
estão em causa. Temos dez equipas de competição, mais a escola
Trofintas, o que perfaz mais de 250 atletas. Tudo isto tem custos. Por
exemplo, no equipamento já têm que ser as famílias a suportar essa
despesa porque nós não conseguimos.
A compra de equipamentos é uma das principais dificuldades?
Não é só nos equipamentos. A nível de formação no nosso concelho é o
Trofense e pouco mais, talvez o Bougadense. Para sermos uma referência a
nível de formação temos de recorrer aos concelhos vizinhos, o que nos
põe um problema de transportes.
Estão em risco as deslocações das equipas nos jogos fora de casa?
Até agora não tem acontecido, porque as despesas são custeadas a meias
entre nós e a autarquia. Mas a realidade é que o apoio não é o que
precisamos, nem tão pouco o que nos foi prometido. Isto também é uma
questão social, temos quase trezentas crianças e muitas vezes tiramo-las
da rua, que se não fosse o futebol, andavam perdidos e que têm bom
aproveitamento escolar desde que integraram a nossa formação. Tem que
haver um reconhecimento maior do nosso trabalho. Neste momento, o
Trofense dá mais ao concelho do que a Câmara dá ao Trofense.
A verba em falta é de que valor?
O protocolo existe desde 2011 e são largos milhares de euros referentes a
esse ano. Depois disso há um acordo, mas nada foi assinado e andam a
adiar. A única resposta que nos dão é que a situação está difícil. Essa
situação põe tudo em risco porque não podemos cumprir os acordos que
temos. Custa-nos olhar para outros concelhos e ver os clubes apoiados e
na Trofa não há apoios nenhuns.
Esta é a fase em que o projeto da formação atravessa maiores dificuldades?
Sem dúvida. Quando entrámos no clube, encontrámos muitas dificuldades.
As empresas sentem a crise e, com algumas exceções, não se mostram
disponíveis para ajudar. Além disso, quem se comprometeu a ajudar, ou
seja a autarquia, não tem cumprido.
Sente que o Trofense, como uma das marcas de referência no concelho, devia ser mais ajudado?
Não tenho dúvidas disso. Devíamos ser vistos com outros olhos até porque
somos um bom parceiro para a dinamização do concelho. Neste momento não
podemos ter sequer um psicólogo, que já foi muito útil no passado.
E como está o complexo da formação no Monte de Paradela?
O complexo tem cerca de oito anos. Nos primeiros anos a manutenção
foi-se fazendo, mas desde há quatro que ela não existe. Corremos o risco
de mais um ano, principalmente o relvado sintético se deteriorar e
perdermos tudo. Pedimos orçamento, mas as verbas são elevadas e nós
precisávamos de fazer uma intervenção de fundo, mas não se tem
concretizado por falta de verbas. É uma pena depois do investimento que
se fez, deixar ir tudo por água abaixo. Além disso, utilizamos um campo
em Covelas para jogos de algumas equipas, mas começamos a ter
dificuldades em suportar as despesas.
Fonte: site oficial do C.D.Trofense
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