segunda-feira, julho 23, 2012

À conversa com... Milton do Ó



Milton Rogério Harassen do Ó é um defesa brasileiro, de 33 anos, que chegou ao C.D.Trofense na temporada 2007/2008, onde permaneceu até 2010. Tendo disputado um total de 59 jogos, o seu único golo tem a particularidade de estar ligado à histórica subida de divisão com a obtenção de 3 pontos importantíssimos em Santa Maria da Feira.

 

 

Com formação feita no Paraná, no Brasil, teve passagens por Atlético Paranaense, Goiás, Vitória, Inter de Limeira e Fluminense. Pelo meio, experimentou também o futebol turco, onde defendeu as cores do Samsunspor, e do futebol francês, no Olimpique de Marselha. Em 1999, participou no Campeonato do Mundo de sub20, na Nigéria, ajudando o Brasil a atingir os quartos-de-final da competição.

 

Blog dos Trofenses (BDT): Quem é o Milton do Ó?

 

Milton: Uma pessoa com muitas falhas, que tenta melhorar, com a ajuda de DEUS, a cada dia.

 

BDT: Como foi a tua infância?

 

Milton: Ma-ra-vi-lho-sa. Um tempo onde só guardo boas recordações.  

 

BDT: O que gostas de fazer nos teus tempos livres?

 

Milton: Estar com a família é algo que eu amo.

 

BDT: Qual/quais os teus pratos preferidos?

 

Milton: Gosto muito de massas, mas não abdico de um bom churrasco.

 

BDT: O gosto pelo futebol surgiu desde pequeno? E quando é que decidiste ir atrás do teu sonho de ser futebolista profissional?

 

Milton: Meu pai era futebolista, meus pais se conheceram em um estádio de futebol. Meu irmão mais velho, se tornou futebolista. Desde os 4 anos de idade meus pais incentivaram-me a jogar em escolinhas. É algo que se não fizesse parte da minha vida, não tenho a visualização de outras profissões nela.

 

BDT: Sempre foste defesa central?

 

Milton: Não. Comecei no meio mas como profissional, atuei de lateral direito e esquerdo e centro-médio.

 

BDT: Ao longo da tua longa carreira tiveste a oportunidade de trabalhares com diversos treinadores. Houve algum que te marcasse mais?

 

Milton: Difícil destacar um só. Tive mais de 40 treinadores em minha carreira profissional e com todos tive valiosos ensinamentos.

 

BDT: Como é que surgiu a oportunidade de ingressares no Clube Desportivo Trofense?

 

Milton: Eu tinha contrato com o Marítimo por mais 2 anos, o meu grande amigo, o Sr. Carlos Pereira, presidente da instituição, conversou comigo e disse que o Trofense me queria por empréstimo através de um pedido do mister António Conceição. Eu aceitei porque um grande amigo meu já encontrava-se no clube, o André Barreto. Pela grande afinidade de nossas famílias e as boas informações que o André passou-me do clube, eu aceitei o projeto.

 

BDT: Qual é o balanço que fazes dessa época que culminou com a subida ao principal escalão do futebol Português?

 

Milton: Inteligente e eficaz. Nunca nos preocupamos em sermos os primeiros da tabela, mas sim em nunca perder em casa e arrancar máximo de pontos fora de casa. Conhecíamos as limitações que possuíamos, acreditávamos fortemente em nossas virtudes. Um grupo que sabia sofrer sem grandes esforços, fazendo disso, uma de nossas grandes forças.

 

BDT: Na temporada seguinte, assinas pelo Trofense e és o segundo jogador mais utilizado atrás de Valdomiro. Infelizmente o desfecho não foi o pretendido e o Trofense acaba por descer à 2ª Liga. O que achas que falhou nessa temporada? Qual o estado de espírito após a derrota em Paços de Ferreira?

 

Milton: … difícil verbalizar o que se passou nesta época. Uma equipa óptima. Bons treinadores, tanto mister António como mister Tulipa. Mas creio que foi determinante para o nosso rebaixamento o desligamento do Sr. Ramos do clube. Um homem que fazia muito pelo Trofense, independente do possam falar. Um perfeito ajudador, tanto na parte política como desportiva.

 

BDT: Creio que o teu golo marcado no terreno do Feirense tenha sido um dos melhores momentos que recordas da passagem pelo clube. Destacas mais algum momento em particular? E qual consideras ser o pior momento?

 

Milton: O momento do gol foi mágico. Eu tinha uma lesão no menisco do joelho direito. Sentia muitas dores e meu joelho inchava muito. Mas como faltava somente 2 meses e meio para terminar a competição, decidimos não fazer a cirurgia e eu continuaria a atuar até o limite, mas graças a DEUS este limite não chegou. Consegui jogar até o final sendo o atleta com mais jogos ao lado do guarda-redes Paulo, e realizei a cirurgia no Brasil após o término da competição. O pior momento com certeza foi o descenso.

 

BDT: Tens acompanhado a vida do clube? Que comentário fazes do percurso que o Trofense tem tido ao longo dos últimos anos?

 

Milton: Não assiduamente. Digo com sinceridade que esperava mais, mas confio que o clube ocupará um lugar de maior respeito.

 

BDT: Em 2010 sofreste uma séria lesão no joelho que te enviou para a sala de operações. Podes-nos descrever o lance em que tudo aconteceu?

 

Milton: Foi em um lance sozinho no último jogo da pré-época, contra o Vitória de Guimarães. No final do jogo pisei em falso, no meio campo, e sofri a lesão no joelho…

 

BDT: Seguiu-se uma longa e dura recuperação. Como foram esses tempos animicamente? Chegaste a recuperar da lesão na totalidade?

 

Milton: Não. Nunca conseguimos tirar o inchaço dele. E as dores eram terríveis.

 

BDT: Após te teres “despedido” do Trofense, voltaste para o Brasil? Guardas alguma mágoa da forma como terminou a ligação com o clube?

 

Milton: Mágoa não. Mas as pessoas que trabalhavam no clube poderiam atuar com mais delicadeza ao tratar do mau caso. Achei um tanto frio, mas serviu de aprendizado.

 

BDT: Que tens feito desde então?

 

Milton: Fiquei um ano parado. Meu filho passou por uma cirurgia no cérebro para a retirada de um cisto (Brasil) e esperei a sua recuperação. Fiz curso de treinador, e hoje sou treinador da categoria sub-20 do Paraná Clube.

 

BDT: Veio à pouco tempo a público uma dívida de cerca de 118 mil euros por parte do Trofense. Podes-nos explicar em que consiste essa dívida? Foi por incumprimento salarial ou devido à seguradora?

 

Milton: Há questões contratuais a resolver.

 

BDT: Por que é que decidiste avançar com um processo em tribunal? Podes explicar quando deste provimento ao teu processo jurídico? Foi logo após a saída do Trofense?

 

Milton: Não posso responder!

 

BDT: Os atuais dirigentes (comissão administrativa) têm mantido contactos contigo com o intuito de chegar a um entendimento? Existe hipótese de chegar a um entendimento ou pretendes levar o processo até às últimas consequências?

 

Milton: Não posso responder!

 

BDT: Por fim, que mensagem queres deixar aos sócios e simpatizantes do Trofense?

 

Milton: Primeiro o meu MUITO OBRIGADO, por terem acolhido a mim e minha família tão bem. E deixar o meu pedido de PERDÃO por qualquer erro ou falta cometida, tanto no sentido desportivo como pessoal. Deixar também um enorme beijo à todos os amigos que deixei nesta terra maravilhosa, onde meu filho foi alfabetizado e minha filha nasceu. DEUS abençoe a Trofa.

 

3 comentários:

Cristina Gomes disse...

Tenho que dar os parabéns por esta nova rubrica.

a escolha para o primeiro entrevistado não podia ser melhor, devido às notícias de última.

Continuem a dinamizar o blog

Anónimo disse...

Força Trofense

Anónimo disse...

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